Marcilene Moraes
Daqui da minha janela para dentro, SÓ eu sei…
Quero te falar dessa janela para o mundo que me conecta através da tela e me salva dos desencontros, da falta, da saudade… Mas não me salva dos cheiros, da cor vibrante da pele, dos olhos, do tempo exato e infinito das gargalhadas, dos suspiros, dos olhos nos olhos, das ideias brotando e se fazendo presente DA vida… Tão VIDA, que se faz no AQUI AGORA… Na ARTE pulsando, na criação.
E daqui do meu, do nosso MUNDO DE DENTRO, um aceno, um respiro pra te lembrar que na ARTE nos encontramos. Mas é no AMOR que vamos nos perpetuar.
Que esse mundo agora parecendo de vidro quebre logo e traga luz para podermos ver sempre de dentro de NÓS para dentro de OUTREM. ♥️♥️
Marcilene Moraes
Atriz e Diretora da Crisálida Companhia de Arte
Sobre o trabalho de arte/educação interrompido, feito agora via remota e cancelamento do espetáculo #SELFservice na mostra FRINGE – 2020 Além dos seguimentos de trabalho para circulação do último espetáculo : ESTRANGEIRAS – Sobre Lugares que Nem Sabemos que Existem de 2019.
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Arte parada no ar
Manifesto
Arte parada no ar
s.
O perigo vem pelo ar
O simples respirar é um risco
Estamos em suspenso
Atônitos
Parados
Se antes ofegantes
pelos tempos sombrios da política,
agora interrompemos a inspiração
Nosso ofício
marcado pelo encontro de pessoas
parou
Artistas isolados
Os primeiros a parar
Sem saber quando poderemos voltar
Nossos palcos cobertos de poeira
Refletores no escuro
Exposições com quadros no chão
Músicos sem plateia
Picadeiros sem graça
Sapatilhas guardadas
Livros inéditos
Câmeras desligadas
Registramos nosso momento em imagens e textos.
Criamos, sim, dentro dos limites deste novo normal
que ainda não imaginamos
nem nas distopias mais futuristas
Um rascunho
Um ensaio aberto
Um improviso
Um respiro
mediado por telas digitais
e máscaras
Arte parada no Ar
Um retrato
e um desabafo
de criadores que resistem
Arte parada no ar é um manifesto em construção.
Nossa inspiração vem do texto “Um grito parado no ar”, de Gianfrancesco Guarnieri. A peça estreou em 1973 em Curitiba, com direção de Fernando Peixoto. A obra driblou a vigilância da ditadura de então ao usar de uma linguagem metafórica para discutir os problemas sociais. O drama fala sobre as dificuldades de se fazer arte em um tempo de repressão.