17 de abril de 2025

Gamificação na educação: o que é e como engajar os alunos

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Gamificação na educação é uma das estratégias mais promissoras para engajar estudantes e tornar as aulas mais atrativas — especialmente no ensino básico. Professores de diversas áreas têm aplicado elementos típicos dos jogos (como pontuação, desafios e recompensas) para estimular o interesse e promover a aprendizagem de forma mais dinâmica e significativa.

O que é gamificação?

Gamificação é o uso de elementos de jogos em contextos que não são jogos. Isso inclui coisas como níveis de progressão, recompensas, desafios, rankings e missões. Na educação, a gamificação não significa transformar a aula inteira em um jogo, mas sim aplicar aspectos lúdicos e estratégicos dos jogos em atividades pedagógicas.

Como aplicar a gamificação em sala de aula?

A gamificação pode ser aplicada com recursos simples ou com o auxílio de ferramentas digitais. Aqui estão alguns exemplos:

Estabeleça metas e desafios claros

Criar missões específicas ajuda os alunos a visualizarem objetivos de curto e médio prazo. Pode ser, por exemplo, “completar uma sequência de exercícios em grupo” ou “resolver um problema complexo com a turma”.

Ofereça recompensas (não necessariamente materiais)

Recompensas podem ser selos, crachás simbólicos, medalhas ou mesmo vantagens em aula — como escolher o próximo tema da atividade ou liderar a próxima rodada de debates.

Use pontuações e rankings com cuidado

Pontuar tarefas e criar rankings pode motivar, mas é importante garantir que o sistema não gere competitividade excessiva. O ideal é incentivar a evolução individual e o trabalho em equipe.

Trabalhe com narrativa e progressão

Incluir uma história por trás das atividades (como uma jornada de heróis ou uma missão científica) torna a experiência mais envolvente. Os alunos se sentem parte de algo maior, o que aumenta o engajamento.

Use plataformas digitais de apoio

Ferramentas como Kahoot, Classcraft, Duolingo, Quizizz e outras permitem criar jogos de perguntas, missões e simulações que estimulam o aprendizado com tecnologia.

Por que a gamificação funciona?

A lógica dos jogos é baseada em tentativa e erro, superação de desafios, feedback constante e motivação intrínseca. Esses elementos dialogam com a forma como os estudantes aprendem e se mantêm engajados. Além disso, a gamificação:

  • favorece a aprendizagem ativa;
  • melhora a atenção e a concentração;
  • promove o trabalho colaborativo;
  • ajuda no desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

Atenção: gamificação não é “brincar por brincar”

É importante lembrar que gamificar não significa transformar tudo em competição ou diversão. A gamificação exige planejamento pedagógico. O desafio é alinhar os objetivos da aprendizagem com as dinâmicas do jogo, garantindo que a estratégia esteja a serviço do conteúdo — e não o contrário.

Gamificação no ensino básico: por onde começar?

Professores do ensino fundamental e médio podem começar com atividades pequenas, como criar trilhas de aprendizagem, jogos de tabuleiro temáticos ou quizzes digitais. O importante é ir testando, ajustando e observando como os alunos respondem.

E não precisa reinventar a roda: muitos educadores já estão compartilhando suas experiências com gamificação. Participar de grupos de troca, como a Prosa Nova Comunidade, pode ser um bom começo para quem quer experimentar.


Super dica: Unifesp desenvolve jogos educativos gratuitos com professores da educação básica 🎮

Uma iniciativa inspiradora vem sendo desenvolvida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), vinculada ao MEC, em parceria com professoras da Escola Municipal Maria dos Santos Aparecida Roncoi, de São José dos Campos (SP). Juntas, universidade e escola pública criaram jogos digitais educativos voltados ao uso em sala de aula, reforçando a conexão entre o conhecimento acadêmico e a prática pedagógica.

Confira os três jogos lançados mais recentemente:

Amélia pelo Mundo – Um jogo de aventura que alia conteúdo de matemática e história. Acompanhando a aviadora Amélia Earhart em uma viagem pelos cinco continentes, os alunos enfrentam desafios que envolvem formas e sólidos geométricos. Além de trabalhar raciocínio lógico, o jogo apresenta a história da primeira mulher a cruzar o Atlântico em voo solo. Uma experiência lúdica e inspiradora.

Geodeck – Voltado especialmente para o 3º ano do ensino fundamental, esse jogo transforma o estudo das formas geométricas em uma jornada estratégica. Os jogadores constroem baralhos, enfrentam desafios matemáticos e aprendem sobre propriedades dos sólidos de forma envolvente, desenvolvendo pensamento crítico e tomada de decisão.

100 da Bisa – Nesta narrativa sensível, o personagem Gabriel participa da festa de 100 anos de sua bisavó. O desafio é montar corretamente a árvore genealógica da família, promovendo a compreensão de vínculos familiares, organização e pertencimento. O jogo também apresenta elementos da Língua Brasileira de Sinais (Libras), contribuindo para a inclusão e acessibilidade.

Todos os jogos são gratuitos e foram desenvolvidos por estudantes do curso de Ciência e Tecnologia da Unifesp, organizados no projeto CEGI (Centro de Estudos em Games e Internet). O grupo entrega pelo menos três jogos por ano à comunidade escolar e mantém cerca de 20 jogos disponíveis no site oficial, com foco principalmente em conteúdos de matemática para o ensino fundamental.

Além dos jogos, o CEGI realiza oficinas, mostras de arte, palestras e eventos acadêmicos voltados à criação de jogos educativos, promovendo um ambiente de aprendizado e inovação tecnológica com impacto direto na educação básica.

Uma ponte real entre universidade e escola pública — e uma excelente fonte de recursos para quem quer gamificar com qualidade.

👉 Para saber mais e acessar os jogos, acesse o site do projeto CEGI/Unifesp

Prosa News | Newsletter do Grupo Prosa Nova.