O Circo e a Cidade
Pesquisa sobre 150 anos de história de uma das mais importantes famílias circenses do Brasil: os Queirolo.
O trabalho do escritor e jornalista Luiz Andrioli foi transformado em livro graças ao apoio do Edital de Apoio e Registro do Patrimônio Imaterial de Curitiba promovido pela Fundação Cultural de Curitiba em 2006.
O Circo e a Cidade
Histórias do grupo circense Queirolo em Curitiba
Sobre o projeto
A década de 1940, período em que Curitiba vivia sob a sombra da Segunda Guerra Mundial, marca a chegada em definitivo dos Irmãos Queirolo à capital paranaense. Eles vieram para inaugurar o principal espaço cultural daquele período: o Pavilhão Carlos Gomes. Julian e Otelo Queirolo interpretavam os imortais Harris e Chic-Chic, os “reis da galhofa”, como eram amplamente divulgados. O público fazia filas para assistir às criações do grupo.Em anos anteriores o grupo já havia conquistado o público curitibano, isto apesar da fama que circulava entre outras companhias circenses de que a cidade era conhecida com “caveira de burro”, conhecida por dar azar para o grupo que por ela se aventurasse. Para os Queirolo, apenas uma lenda tola, afinal eram grandes estrelas que já contavam com décadas de bem sucedidas temporadas pela Europa, América e África.Nas décadas de 1950 e 1960 a família viaja pelos bairros de Curitiba, uma excursão que marcou milhares de curitibanos que puderam ter o circo praticamente na porta de casa. O leque de opções era farto: ia da comédia popular ao drama clássico, passando pelo épico, sem deixar de lado o sacro.Ajudaram a fundar a televisão no Paraná. Artistas de vanguarda, souberam levar o improviso da arte circense para um novo veículo que quando ainda dependia dos talentos locais, o que os fez ainda mais famosos. Chic-Chic foi para a frente das câmeras em uma emissora, em outra a família adaptou o picadeiro às grandes limitações de um pequeno estúdio. Mais tarde fizeram uma versão paranaense do Capitão Furacão. Mas quando as emissoras descobriram que era mais viável se render às atrações de fora da terrinha, os Queirolo retornaram as atenções para o velho circo. Perceberam então que o público já não estava mais tão disposto a enfrentar o frio da lona e o desconforto da arquibancada sobre a serragem.O poder público tentou intervir, buscou incentivar o retorno da arte circense, comprou lona nova e fez propaganda da retomada do circo dos Queirolo. Mas os tempos haviam mudado. O recado do final da década de 1970 era claro: a TV roubara o público que já havia sido fiel ao espetáculo circense.O espetáculo deve continuar?
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O Circo e a Cidade
Pesquisa sobre 150 anos de história de uma das mais importantes famílias circenses do Brasil: os Queirolo.
O trabalho do escritor e jornalista Luiz Andrioli foi transformado em livro graças ao apoio do Edital de Apoio e Registro do Patrimônio Imaterial de Curitiba promovido pela Fundação Cultural de Curitiba em 2006.
Mil exemplares do livro foram distribuídos gratuitamente para escolas, faculdades, instituições de ensino e pesquisa e centros culturais. O Circo e a Cidade – histórias do grupo circense Queirolo em Curitiba analisa mais de 150 anos de trajetória de uma faz famílias circenses mais importantes do Brasil e coloca um olhar crítico e bem humorado sobre a relação da troupe com a capital paranaense.
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Veja os vídeos sobre o projeto O Circo e a Cidade
O Circo e a Cidade nas aulas da Rede Municipal de Educação de Curitiba
Confira as 4 aulas ministradas pela professora Cristina Lopuch para os estudantes de Língua Portuguesa – 4º ano durante o mês de junho de 2020.
O casamento da filha do palhaço
Uma ópera-rock
Melhor espetáculo do ano de 2019 foi escrito por Luiz Andrioli com base no livro O Circo e a Cidade
Inspirado em um dos capítulos do livro “O Circo e a Cidade – Histórias do Grupo Circense Queirolo em Curitiba” de Luiz Andrioli, a peça teatral em formato ópera rock “O Casamento da Filha do Palhaço: Uma Ópera Rock”, conta a história de uma família circense ambientado nas décadas de 1950 e 1960. A história se passa em Curitiba, onde uma bela trapezista de circo itinerante se casa com um playboy sedutor. O casamento desagrada ao pai da artista que é o dono de uma das maiores companhias de circo do país.A montagem resgata a história de importantes personagens do universo circense, unindo as linguagens da ópera rock, do circo e também do teatro.
O espetáculo recebeu 10 indicações ao principal prêmio das artes do Estado do Paraná: o Troféu Gralha Azul, sendo vencedor na categoria de Melhor Espetáculo do ano de 2019, Melhor Direção para Laura Haddad, Melhor Ator Coadjuvante para Maurício Vogue e Melhor Maquiagem para Lilian Marchiori.
Reportagem na Band NewsEntrevista com o elenco
O Casamento da Filha do Palhaço fala sobre a arte que insiste. Esta Ópera Rock trata do nosso direito de pensar, criar e questionar. Juliana é a inovação que se arrisca e busca os céus no alto de seu trapézio. Pancholino é a tradição que se renova, é a base que sustenta o fazer artístico. Paulinho Pereira é o poder normativo que busca ceifar os dois primeiros.
Em outro momento, poderíamos ter colocado estes personagens para discutir aspectos sutis da arte, para fruir em sentimentos mais delicados. Em condições normais de temperatura e pressão, bastaria que ela (a arte) simplesmente existisse, como um direito fundamental do ser humano, tal como comida, água, afeto, proteção, liberdade, democracia, expressão, dentre outros.
Estamos, no entanto, vivendo um período de exceção no qual os artistas e pensadores precisam ir além do existir. Neste ano de 2019, a mira dos algozes do pensamento crítico apontou contra os atores, músicos, escritores, bailarinos, intelectuais, pesquisadores… Somente existir é pouco. Temos que insistir e resistir.
Juliana, nossa protagonista, retoma a força da família circense de Pancholino e usa da sua audácia de trapezista para mirar novos picadeiros. A saga da personagem vai no sentido de fincar o mastro da resistência onde sua vontade decide estar.
Não estamos falando sobre circo, somente. É sobre tudo o que diz respeito à plena existência.