O mercado editorial brasileiro enfrenta desafios e transformações constantes, e entender o comportamento do consumidor de livros é essencial para editoras, livrarias e profissionais do setor. A pesquisa Panorama do Consumo de Livros 2025, realizada pela Câmara Brasileira do Livro em parceria com a Nielsen BookData, traz um retrato detalhado dos hábitos de compra, formatos preferidos e fatores que influenciam os leitores no Brasil.
Se você trabalha com livros ou simplesmente ama literatura, confira os principais insights desta pesquisa!
Quem compra livros no Brasil?
A pesquisa aponta que 16% da população brasileira acima de 18 anos comprou ao menos um livro nos últimos 12 meses. O número pode parecer baixo, mas, quando comparado com outras formas de consumo cultural, o livro ficou em segundo lugar, atrás apenas do cinema.
Outro dado relevante é a predominância feminina entre os consumidores de livros: 62% das pessoas que compraram 10 ou mais livros no último ano são mulheres. Além disso:
- 41% dessas mulheres pertencem à classe B, e 39% à classe C.
- A classe C concentra a maior parte das mulheres consumidoras de livros.
Isso mostra que o público feminino e as classes médias são fundamentais para o mercado editorial
Onde os brasileiros compram livros?
A digitalização das compras chegou com força no setor. 55% dos consumidores preferem comprar livros online, enquanto 39% ainda optam por lojas físicas. O Nordeste se destaca como a região com maior preferência por compras online, enquanto o consumo em lojas físicas está mais associado a pessoas de faixas etárias mais altas.
No ambiente digital, a Amazon lidera como principal plataforma de compra de livros, seguida pelo Mercado Livre e Shopee. Já entre as lojas físicas, as mais procuradas são a Leitura, Livrarias Curitiba e Travessa.
Um dado interessante é que a maioria dos consumidores afirmou que compraria livros em lojas físicas caso o preço fosse equivalente ao da loja online. Isso indica que a experiência presencial ainda tem valor, mas enfrenta forte concorrência de preços e praticidade.
Livros físicos vs. digitais: o que os brasileiros preferem?
Os livros físicos continuam dominando as prateleiras dos consumidores brasileiros:
- 56% compraram apenas livros físicos nos últimos 12 meses.
- 14% compraram apenas livros digitais.
- 30% consumiram tanto livros impressos quanto digitais.
Os homens são os maiores consumidores de livros digitais, enquanto o Sul do Brasil tem o menor percentual de leitores digitais. Já no Nordeste, 36% das pessoas leram livros nos dois formatos, mostrando uma adaptação maior ao digital.
Entre os que compram livros digitais, o e-book é o formato preferido por 78%, enquanto os audiolivros ficam com 22%.
O preço ainda é um obstáculo?
Sim, e de forma significativa. A pesquisa revela que a maior parte dos consumidores considera os livros escolares e os livros para aprimoramento pessoal e profissional caros. Já os livros para entretenimento e lazer, assim como os infantis e juvenis, são vistos como preços intermediários.
Entre aqueles que não compraram livros nos últimos 12 meses, 35% afirmam que o alto preço foi o principal motivo. A falta de tempo também aparece como uma barreira, citada por 31% dos não leitores.
Para incentivar o consumo, promoções e estratégias de precificação podem ser essenciais para atrair esse público.
Clubes de Assinatura: uma nova forma de consumo
A pesquisa mostra que 19% dos consumidores de livros são assinantes de algum clube de assinatura. Entre os principais motivos para a adesão estão:
- Comodidade (46,9%),
- Variedade de títulos (35,0%),
- A oportunidade de ler coisas diferentes (33,3%).
Os serviços mais populares incluem Kindle Unlimited, Skeelo, Leiturinha e TAG, sendo que a maioria dos clubes é voltada para livros digitais.
O futuro do consumo de livros no Brasil
Os dados mostram que 77% dos consumidores pretendem comprar livros nos próximos três meses, um aumento de três pontos percentuais em relação ao ano anterior. Isso demonstra que, apesar dos desafios, há um interesse crescente na leitura.
Os hábitos de consumo também indicam uma transição para o digital, mas sem substituir completamente o formato físico. Estratégias que equilibrem preço acessível, diversidade de formatos e boas experiências de compra – seja online ou presencial – serão fundamentais para manter o setor aquecido.
O Panorama do Consumo de Livros 2025 nos dá uma visão clara dos desafios e oportunidades do mercado editorial. Mulheres e consumidores das classes médias seguem sendo os principais compradores, a compra online continua crescendo e os preços ainda são uma barreira significativa. Para o setor, adaptar-se a essas mudanças é essencial para garantir que mais brasileiros tenham acesso aos livros.
