Tarja Branca: o libreto que faltava

7 de janeiro de 2021

Tarja Branca: o libreto que faltava

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Tarja Branca: o libreto que faltava é uma reunião de crônicas escritas nos últimos anos pelo artista Hélio Leites e distribuídas para um seleto grupo de amigos via e-mail. Nos anos 1970 Hélio já se dedicava a distribuir seus escritos e provocações literárias pelos correios para interessados na sua produção, movimento que era então chamado de Mail Art. Mais recentemente, com a facilidade da comunicação digital, o artista ampliou o alcance da sua distribuição, falando com gente de todo o mundo.

Para Paulo Leminski (1944 – 1989), Hélio Leites era o significador de insignificâncias. A expressão foi cunhada em 1986 em um artigo escrito pelo poeta em um jornal, ao falar sobre a busca do artista pelo trabalho com as miudezas da vida. Helena Kolody (1912 – 2004), no início dos anos 2000, fez uma gentil provocação ao artesão: porque você não escreve um livro? A resposta veio de forma também simpática: livro é para quem está sentado. Eu ainda estou caminhando e não sei onde esta história toda vai dar. Agora, quinze anos após o convite de Helena, Hélio apresenta para o mercado sua estreia na Literatura com Tarja Branca: o libreto que faltava.

A organização dos textos coube ao escritor Luiz Andrioli, autor de O laçador de cães (2013) e O silêncio do vampiro (2014). Andrioli e Hélio se conhecem há mais quinze anos por conta de suas atividades artísticas na capital paranaense. Andrioli é um dos destinatários habituais dos escritos do autor de Tarja Branca, que convidou o amigo e leitor para organizar e editar seus escritos em uma publicação. O projeto foi viabilizado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Curitiba e contou com o apoio da Caixa Econômica Federal e Celepar. 

 

A coleção

Por uma estética do mínimo. Queremos trabalhar com palavras que digam respeito aos sentimentos com pouco eco na grandiosidade das nossas empreitadas. Buscamos autores que façam de suas frases lupas em busca de dramas que passariam desapercebidos sob outros olhares. As páginas desta coleção querem ser grandes em essência, por isso escrevemos por um mundo menor.

Hélio Leites, 68, é uma figura conhecida na capital paranaense. Há décadas trabalha em uma barraca na Feira do Largo da Ordem, no centro da cidade, onde mantém um espaço que é mais do que um balcão para expor suas criações: trata-se de um pequeno palco de onde é possível ouvir histórias e fábulas a respeito das pequenas peças que produz. Hélio dedica-se a trabalhar com pequenas criações, muitas feitas com palitos de fósforo, tampinhas de garrafa, embalagens vazias reutilizadas e os clássicos botões, uma marca registrada da sua obra.

Nasceu em 21 de janeiro de 1951 na cidade da Lapa, Paraná. Formado em Economia, trabalhou 25 anos como bancário até a década de 1980. Porém, desde os anos de 1970 desenvolve o trabalho de performer e artista plástico, tendo desde então recebido diversos prêmios em salões e festivais pelo Brasil. Em 1986 começa a expor, interagir com o público e vender suas obras na Feira do Largo da Ordem, no centro de Curitiba. Sua barraca é um movimentado ponto de encontro de pessoas interessadas nas suas histórias e obras, sempre relacionadas com a estética do mínimo.

Em 2010 formou-se na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Criador da Associação Nacional de Colecionadores de Botão, Secretário Geral do Fiu-Fiuuu Sport Club – Clube de Assobiadores, Diretor de Harmonia da Ex-Cola de Samba Unidos do Botão, Coordenador da Campanha Mundial de Antitaxidermismo, Secretário da Associação Internacional de Kinderovistas, Curador dos museus do Óculos, da Caixa de Fósforos, do Lápis e do Minipresépio. Sobre a trajetória de Hélio como artista plástico, foram escritos os seguintes livros e publicações: Pequenas Grandezas: miniaturas de Hélio Leites (Rita de Cássia Baduy Pires, Editora Artes&Textos, 2008); Mínimos (Hélio Leites, Cultural Office, 2010); e Efigênia Rolim e Hélio Leites: a vida das coisas (Organização de Guacira Waldeck, IPHAN, 2006). Em 2014 foi um dos entrevistados do documentário Tarja Branca, de Cacau Rhoden, cujo nome foi inspirado em seu depoimento. Tarja Branca: o libreto que faltava, publicado pela Editora Prosa Nova, é sua estreia com cronista. 

 

Baixe aqui gratuitamente a versão digital do Tarja Branca

 

Ouça o audiolivro de Tarja Branca narrado pelo autor Hélio Leites.

Incentivo

 

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