Hábito de leitura: como os professores podem atuar

7 de abril de 2025

Hábito de leitura: como os professores podem atuar

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Quer incentivar o hábito de leitura entre seus alunos, mas não sabe por onde começar? Neste artigo, reunimos estratégias que realmente funcionam em escolas públicas de todo o Brasil para engajar estudantes com os livros. Você vai conhecer práticas como rodas de leitura, clubes de leitura, mediação literária, uso criativo da tecnologia, exposições artísticas a partir dos livros, teatro em sala de aula e a integração da leitura com outras disciplinas. Tudo explicado de forma simples, com ideias que você pode adaptar à sua realidade. Professores e bibliotecários têm um papel essencial nessa missão — e, com as ferramentas certas, é possível transformar a leitura em uma experiência prazerosa, coletiva e transformadora.

De acordo com a mais recente edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2024), o país atingiu um marco preocupante: pela primeira vez, o número de não leitores ultrapassou o de leitores. Hoje, 52% da população brasileira afirma não ter lido nenhum livro nos últimos três meses. Entre os jovens de 11 a 17 anos, esse índice sobe ainda mais, especialmente nas regiões com menos acesso a bibliotecas, espaços de leitura e políticas de incentivo.

Esse cenário desafia educadores, especialmente nas escolas públicas, a encontrar novas formas de fazer da leitura uma experiência viva, prazerosa e integrada à realidade dos estudantes. A boa notícia? Essas formas existem — e têm dado resultado.

Selecionamos aqui práticas e experiências que vêm sendo realizadas com sucesso por professores, bibliotecários e mediadores em escolas e comunidades do Brasil. São ações simples, possíveis de replicar, e que mostram que formar leitores é, antes de tudo, formar vínculos e espaços de partilha.


📚 Roda de leitura: ler junto para compreender melhor

A roda de leitura é uma prática em que todos leem e comentam um texto em conjunto, geralmente em voz alta. Pode ser feita em sala de aula, no pátio, embaixo de uma árvore ou na biblioteca.

Essa prática fortalece a escuta, a oralidade e o senso de pertencimento dos alunos. Quando o texto é compartilhado, ele deixa de ser uma tarefa e passa a ser uma conversa. Ler em voz alta permite discutir significados, tirar dúvidas e construir sentidos de forma colaborativa.


👩🏽‍🏫 Mediação de leitura: ninguém nasce leitor sozinho

A mediação é o ato de acompanhar o estudante em sua relação com o livro. O mediador pode ser o professor, o bibliotecário ou qualquer adulto que proponha a leitura com afeto, escuta e intenção pedagógica.

O mediador não impõe o livro: ele apresenta, convida, provoca curiosidade. A escolha do texto certo, no momento certo, faz toda a diferença. Sem mediação, a leitura se torna uma obrigação. Com mediação, ela pode virar descoberta.


🎭 Teatro a partir dos livros: a leitura ganha corpo e voz

Transformar uma história lida em uma encenação é uma forma poderosa de aprofundar a compreensão do texto. O teatro permite que os alunos explorem os personagens, os conflitos e as emoções com o corpo, a voz e a imaginação.

Essa prática desenvolve empatia, criatividade e expressão oral. Além disso, ajuda a memorizar conteúdos e a trabalhar coletivamente — o que é especialmente rico em turmas dos Anos Finais e do Ensino Médio.


📱 A tecnologia como aliada da leitura (sim, é possível!)

Apesar da competição com redes sociais e games, a tecnologia pode ser usada para ampliar o acesso aos livros. Podcasts literários, audiolivros, clubes de leitura online e perfis de booktubers e booktokers têm despertado o interesse dos jovens.

A escola pode usar esses recursos como porta de entrada. Plataformas como o YouTube e o Instagram estão cheias de vídeos curtos, acessíveis e engajadores sobre livros que fazem sucesso entre adolescentes. O importante é apresentar essas mídias de forma crítica e produtiva.


✏️ Exposições de desenhos a partir da leitura

Pedir que os alunos representem visualmente o que entenderam da leitura é uma estratégia simples e potente. Pode ser um desenho do personagem, do cenário, da capa do livro ou de uma cena importante da história.

Esse tipo de produção fortalece o vínculo afetivo com a narrativa e permite que alunos com diferentes perfis de aprendizagem se expressem. Ao final, uma exposição na escola valoriza a leitura e dá visibilidade às interpretações dos estudantes.


🤝 Integração da leitura com outras disciplinas

A leitura não precisa (e nem deve) estar confinada à aula de português. Um livro pode servir como ponto de partida para discussões de história, geografia, artes, ciências ou até matemática.

Por exemplo, um romance histórico pode ser lido em conjunto com a análise de contexto em história; uma fábula pode ser discutida em ciências ao abordar comportamentos animais; um conto pode virar curta-metragem na aula de artes. O livro vira um catalisador de conhecimento interdisciplinar.


📖 Clubes de leitura: formar comunidade leitora

Os clubes de leitura são grupos fixos que se encontram regularmente para ler e discutir livros. Eles podem ser presenciais ou online, dentro ou fora da sala de aula. O mais importante é que tenham frequência, escuta e acolhimento.

Esses clubes ajudam os alunos a se comprometerem com a leitura de forma mais profunda e a se sentirem parte de uma comunidade leitora. É uma experiência que fortalece vínculos, repertórios e a autoestima dos participantes — afinal, cada leitura é uma forma de se reconhecer e de reconhecer o outro.


🌟 Influencers de leitura: os novos mediadores digitais

Nas redes sociais, muitos jovens têm descoberto o prazer de ler por meio de influenciadores digitais que falam de livros de forma leve, pessoal e criativa. São vídeos, reels e lives que mostram o livro como parte do cotidiano — e não como uma tarefa escolar.

Esses influencers, chamados de booktokers ou booktubers, criam conexão com o público adolescente e funcionam como uma nova forma de mediação. Trazer esses conteúdos para sala de aula pode ser uma ponte entre o universo digital e o literário, despertando o interesse até de quem nunca se considerou leitor.


📌 Para os professores: o que isso tudo tem a ver com você?

Você não precisa reinventar a escola. Mas pode (e deve) criar pequenas aberturas para que os livros circulem mais livremente entre os seus alunos. Com mediação, afeto e criatividade, a leitura pode voltar a ser um espaço de encontro — não só com os livros, mas com o mundo e com o outro.

Na Prosa Nova, acreditamos que formar leitores é missão coletiva. E estamos aqui para caminhar junto com quem acredita que a escola pública pode (e deve) ser um lugar onde se lê, se compartilha e se transforma.

Prosa News | Newsletter do Grupo Prosa Nova.

Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Política de Privacidade.