Inteligência Artificial na Educação: oportunidades, riscos e as novas divisões no acesso à tecnologia

6 de janeiro de 2025

Inteligência Artificial na Educação: oportunidades, riscos e as novas divisões no acesso à tecnologia

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

A Inteligência Artificial é uma tecnologia que simula a inteligência humana para automatizar tarefas, personalizar experiências e gerar soluções. A IA está revolucionando a educação, mas também levanta questões éticas e práticas que afetam professores, alunos e toda a comunidade escolar. 

Além de benefícios significativos, como a personalização do ensino e a automação de tarefas, a IA traz consigo desafios como a divisão de classes no acesso à tecnologia e os impactos no uso de obras criativas. Neste artigo, vamos explorar como essas questões influenciam a educação e o papel dos professores nesse novo cenário. 

Aqui você vai ler:

  • A divisão de classes na inteligência artificial
  • Uso da IA na produção de conteúdo do mercado editorial
  • Benefícios da IA na educaçãoComo os professores podem enfrentar esses desafios?
  • Inteligência Artificial na Educação: Oportunidades e Dilemas para Professores
  • Como o Grupo Prosa Nova lida com a IA


A Inteligência Artificial está rapidamente se tornando uma das tecnologias mais influentes do nosso tempo, impactando diversos aspectos da sociedade. E a educação é uma das áreas mais transformadas por essa revolução. 

Para os professores, a IA surge como uma aliada valiosa, capaz de otimizar tarefas e personalizar o ensino. Porém, esse cenário também traz desafios profundos, como desigualdades de acesso, dilemas éticos sobre o uso de obras criativas e a necessidade de repensar o papel humano na educação.

Se, por um lado, a IA promete aliviar a carga de trabalho dos professores, automatizando tarefas administrativas e criando novas formas de interação com os alunos, por outro, ela também revela uma divisão crescente entre aqueles que têm acesso às ferramentas mais avançadas e aqueles que ficam com versões limitadas ou gratuitas. Estamos presenciando, mais uma vez, uma espécie de “divisão de classes” dentro da própria tecnologia, com uma IA “para ricos” e outra “para pobres”.

Plataformas como o ChatGPT exemplificam essa realidade. Por um tempo, o modelo era acessível gratuitamente ou por uma assinatura básica. Hoje, temos versões como o ChatGPT Pro, que custam até US$ 200 mensais e oferecem recursos muito superiores, como interações mais rápidas, ilimitadas e com maior precisão. 

Para educadores em contextos onde o orçamento é limitado – como escolas públicas ou em países com moedas desvalorizadas –, o acesso a essas ferramentas se torna impraticável. Isso não apenas restringe os benefícios da IA, mas também amplia o fosso entre os que conseguem utilizar tecnologias de ponta e os que precisam se contentar com opções mais limitadas.

Essa desigualdade não é novidade no mundo da tecnologia. No entanto, na educação, ela tem consequências particularmente graves, pois afeta diretamente o potencial de aprendizado e a formação de professores e estudantes. 

Ferramentas avançadas, que poderiam ajudar alunos com dificuldades específicas ou oferecer soluções criativas para problemas de ensino, ficam restritas a quem pode pagar por elas. O impacto disso é um aumento da exclusão digital, onde as inovações que deveriam democratizar o acesso ao conhecimento acabam reforçando desigualdades preexistentes.

A IA no mercado editorial

Recentemente, outra questão emergiu no mundo educacional e literário: o uso de obras protegidas por direitos autorais para treinar modelos de inteligência artificial. Editoras como a HarperCollins têm oferecido valores fixos para integrar livros em bases de dados utilizadas no treinamento de IAs. A proposta, no entanto, gerou polêmica. Muitos autores consideram os valores irrisórios, especialmente porque suas obras, uma vez incorporadas a esses modelos, podem ser reutilizadas e remixadas de formas que fogem totalmente ao controle criativo do escritor.

A IA e os professores

No contexto educacional, esse debate tem implicações importantes. A IA é amplamente alimentada por conteúdos que já foram criados por pessoas, e muitas dessas criações não são devidamente creditadas ou recompensadas. 

Para os professores, que frequentemente utilizam conteúdos digitais para preparar aulas, essa é uma questão ética relevante: como equilibrar o uso de materiais gerados por IA com o respeito pela criatividade e pelo trabalho humano? Esse tipo de reflexão é essencial para garantir que o ensino seja não apenas inovador, mas também ético e consciente. Além disso, faz-se necessário compartilhar essas reflexões com os estudantes, buscando propagar um uso ético e responsável da tecnologia.

Apesar desses dilemas, os benefícios da IA são inegáveis. Ferramentas como plataformas de aprendizado adaptativo e assistentes virtuais permitem personalizar o ensino de maneira que antes parecia impossível. Alunos com dificuldades específicas podem receber atenção direcionada, enquanto professores têm mais tempo para se dedicar àquilo que realmente importa: o acompanhamento individualizado e o planejamento pedagógico. Além disso, a IA pode ser uma aliada na inclusão, com recursos como tradução automática, leitura em voz alta e suporte para alunos com necessidades especiais.

Outro aspecto positivo é a capacidade da IA de ajudar professores a tomarem decisões baseadas em dados. Softwares que analisam o desempenho dos alunos em tempo real permitem identificar rapidamente quais áreas precisam de reforço, tornando a intervenção pedagógica mais eficaz. Isso também ajuda a reduzir o tempo gasto em tarefas burocráticas, como correção de provas, permitindo que os educadores se concentrem na construção de estratégias de ensino.

Mas é importante lembrar que a IA, como toda tecnologia, é apenas uma ferramenta. E, como toda ferramenta, ela precisa ser usada de forma consciente e equilibrada. A dependência excessiva da IA pode desvalorizar o papel do professor, reduzindo-o a um mero facilitador de tecnologias. Já se discute muito a questão da plataformização da educação e a IA pode ser fundamental, para o bem ou para o mal, neste processo. Além disso, há o risco de os alunos se tornarem consumidores passivos de conteúdos gerados automaticamente, em vez de desenvolverem habilidades críticas e criativas.

Por isso, o papel do professor continua sendo insubstituível. Cabe a ele não apenas mediar o uso da tecnologia em sala de aula, mas também ensinar os alunos a refletirem sobre ela. A IA pode ser uma oportunidade para abordar temas como ética digital, direitos autorais e o impacto social da tecnologia, preparando os estudantes para navegarem nesse novo mundo de maneira consciente.

A IA que queremos

A inteligência artificial é uma aliada poderosa, mas também um reflexo das escolhas que fazemos como sociedade. Na educação, ela deve ser usada como um instrumento para promover a inclusão, a criatividade e o aprendizado ético. Para isso, é fundamental garantir que todos – professores, alunos e comunidades escolares – tenham acesso igualitário às suas oportunidades. Afinal, a verdadeira revolução tecnológica só acontecerá quando seus benefícios puderem ser compartilhados por todos.

O futuro da educação depende não apenas de como usamos a inteligência artificial, mas de como escolhemos equilibrar inovação, ética e humanidade. Os professores têm, mais do que nunca, um papel central nesse processo: ser os guias em um caminho que combina o poder da tecnologia com o compromisso de formar cidadãos críticos e conscientes.

Como o Grupo Prosa Nova lida com a IA

No Grupo Prosa Nova, acreditamos que o equilíbrio entre tecnologia e humanidade é o que garante a verdadeira transformação educacional e cultural. Em nossas produções de livros de ficção e materiais didáticos, valorizamos o conteúdo original e criativo, fruto do trabalho de mentes e mãos humanas. Acreditamos que a essência do aprendizado e da arte reside na sensibilidade humana, algo que nenhuma máquina pode replicar por completo.

Isso não significa que descartamos as vantagens da inteligência artificial. Na Prosa Nova, utilizamos ferramentas de IA como suporte em processos administrativos, como organização de dados, automação de tarefas repetitivas e elaboração de documentos protocolares. Contudo, mesmo nesses casos, o olhar humano sempre prevalece, revisando e fiscalizando os resultados para garantir precisão e qualidade. A tecnologia é nossa parceira, mas jamais substitui o toque humano que dá vida e propósito ao nosso trabalho.



Para saber mais

https://br.ign.com/tech/134364/news/us-2500-ou-nada-empresa-oferece-valor-para-escritores-permitirem-uso-de-suas-obras-para-alimentar-ia

https://br.ign.com/tech/134398/news/estamos-comecando-a-ver-divisao-de-classes-na-ia-ja-existe-ia-para-os-pobres-e-ia-para-os-ricos

Prosa News | Newsletter do Grupo Prosa Nova.

Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Política de Privacidade.